N O T A    D E    F A L E C I M E N T O
 
 
É com profundo pesar que a Sociedade Paraibana de Arqueologia comunica a seus sócios e correspondentes o falecimento do emérito Professor JOSÉ ELIAS BARBOSA BORGES, ocorrido na última sexta-feira (27/08/2010), ao mesmo tempo que se solidariza com os familiares e amigos(as). Sócio de várias instituições culturais e casas de memória, tais como Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP (ocupando a cadeira Nº40) e Instituto Histórico e Geographico do Cariry – IHGC (Cadeira Nº60) “Zé Elias” (como era carinhosamente chamado) iniciou uma reflexão acerca dos indígenas que ocupavam o interior paraibano, seu mapa da Paraíba (publicado em 1984) contendo a divisão aproximada dos indígenas da Paraíba, em sua classificação preliminar, é um marco. Desta forma, sua obra é indispensável aos estudos dos grupos humanos que habitavam a Paraíba no pré e pós contato.
Sua aproximação com a SPA deveu-se exatamente aos estudos indígenas, os consócios Thomas Bruno Oliveira e Vanderley de Brito o visitavam constantemente e na última visita, ocorrida em 27 de março de 2010, Vanderley e Thomas foram convidados a realizar um profundo trabalho de pesquisa acerca dos índios Tarairiú no fim do segundo semestre de 2010. Lamentamos muito a partida deste grande pesquisador, pessoa agradável com quem tinhamos uma ótima relação.
Confira algumas informações de José Elias Borges contidas no memorial do IHGP (http://www.ihgp.net/memorial8.htm#JOS%C3%89%20ELIAS%20BORGES):
 
“JOSÉ ELIAS Barbosa BORGES nasceu no dia 8 de dezembro de 1932, na cidade de Triunfo, Pernambuco. É filho do casal Rufino Borges de Lima e Carmelita Sitônio Braga; casado com a professora Neuma Fechine Borges e tem três filhos: Francisco, Eduardo e Guilherme.
Fez o curso primário no Grupo Escolar “Epitácio Pessoa”, iniciando o ginasial no Colégio Pio X, concluindo em Campina Grande, no Colégio Alfredo Dantas; cursou o científico no Colégio Pio XI, de Campina Grande, em 1952. É bacharel em letras Anglo-Germânicas pela Faculdade Católica de Campina Grande; tem curso de Especialização em Letras, em nível de Mestrado pela Universidade Regional do Nordeste, de Campina Grande (FURNE), em 1975; é Doutor em Lingüística pela Universidade Federal da Paraíba (1977); tem certificado de Proficiência em Língua Inglesa, expedido pela University of Michigan – Ann Arbor, Estados Unidos em 1962. Possui vários cursos de Extensão Universitária no Brasil e no Exterior, além da participação em Congressos, Seminários, tanto como expositor como debatedor. Foi consultor de pesquisa dos Projetos Cartilha Literária, aplicação de textos de José Américo de Almeida em Escolas do 2º Grau; Projeto da Biblioteca Literária Popular em Verso (UFPB); A Cultura Popular nas Escolas Rurais, FCJA/SEC; Literatura Oral na Paraíba. Foi Presidente do Grupo de Trabalho para elaboração do Projeto de criação e implantação do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da UFPB.
Professor experiente, com atuação em cursos secundários, de graduação e especialização,  abrangendo as áreas de Língua  Portuguesa, Lingüística, Línguas estrangeiras, Literatura, Sociologia e Metodologia, além de ter participado como fiscal de concurso de vestibular e membro de comissões especializadas, orientador de teses de mestrado na UFPB.
É filiado a diversas entidades profissionais, científicas e culturais, entre estas, a Sociedade Brasileira de Professores de Lingüística – Seção da Paraíba, Aliança Francesa de Campina Grande e Instituto Histórico de Campina Grande; Associação Universal de Esperanto.
Participou como redator, secretário, diretor ou editor de publicações culturais, em João Pessoa e Campina Grande; colabora com artigos na imprensa paraibana.
São de sua autoria: Campina já foi Paupina, publicado no Diário da Borborema e na Coletânea de Autores Paraibanos; BADZÊ – Vocábulo Cariri incorporado ao Português do Brasil; A Fundação de Campina Grande; Serra de Badopitá; O Problema da Classificação dos Indígenas Paraibanos; The Arius Indians and the Foundation of Campina Grande, edição institucional; Os Ariús e a Fundação de Campina Grande; Os Cariris e a origem do Homem Americano; Roteiro Dramático dos Cariris; O que restou da mitologia Cariri; O Bodocongó – História da Palavra; O que é o programa de integração Universidade-Empresa; O afamado índio Piragibe: subsídios para uma biografia; Indígenas da Paraíba I – Classificação preliminar; PADZU: Os Cariris na Filipéia de Nossa Senhora das Neves; A Itacoatiara de Ingá – É um monumento cariri ou tarairiú; Influência da Língua Cariri no Português do Brasil; A Linguagem popular na obra de José Lins do Rego (Dicionário).”
 
Que Deus dê o céu a Zé Elias.





Thoma
s Bruno Oliveira
- SECRETARIA -
Sociedade Paraibana de Arqueologia - SPA
www.arqueologiadaparaiba.blogspot.com

Comentários

  1. Agora, que tomo ciência do passamento desse admirável polímata, o professor Zé Elias, não posso deixar de registrar a marca profunda que deixou em mim, seu aluno na graduação em Letras da UFPB, nos idos dos anos 80. Competentíssimo em sua área, Linguística, aportava para as aulas raciocínios brilhantes e originais de tudo o mais que pesquisava, e pesquisava sobre tantas áreas. Assim, se tornou um dos modelos de profissional e ser humano. Foi uma honra para mim também estudar com a também brilhante professora Neuma, esposa dele, e ser professor de parentes mais jovens desse gigante da cultura. Minhas saudades.

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